A porção de Bo foi minha entrada pessoal no mundo da verdade.

Eu extraí a ideia inicial do que era a verdade do primeiro verso desta seção, onde descobri que as traduções tradicionais afirmam que a palavra Hebraica bo significa “ir” em vez de “vir”.

Que outro modo poderíamos ter para validar a palavra bo? Bo não significa nada além de “vir”, e certamente não significa o contrário. A palavra “ir” em hebraico é lech. Eu nunca tinha ouvido esse questionamento antes que o Zohar fosse apresentado a mim muitos anos atrás. Apesar de ter sido escrito 1400 anos após o evento no Monte Sinai, o Zohar concluiu que não podemos mudar uma palavra da Bíblia; não podemos manipular as palavras para chegar a um entendimento lógico das histórias.

O Zohar diz que, mesmo após 3400 anos de corrupção desta tradução, é difícil nos desapegar. Continua nas traduções hoje, que ainda persistem em traduzir a palavra bo como “ir”.

A partir disso aprendemos um dos princípios básicos da Kabbalah: um princípio que não é fácil de entender.

Todos podemos ouvir e entender o que é dito, mas fazer com que seja parte de nossa essência é muito difícil. Tudo o que acontece no mundo material e físico é apenas o efeito de um pensamento anterior, uma ocorrência anterior, uma causa anterior no mundo imaterial e não físico.

Esta é a primeira e mais simples lição que todos deveríamos ter aprendido na Kabbalah. Por exemplo, nossa mão não vai subir ou descer sem um pensamento anterior de movê-la para cima e para baixo. O pensamento é a motivação neste mundo e é o que inicia uma ação. Nada na natureza física determina ação. A força original por trás de todo esse movimento físico deve ter origem no reino imaterial e não-físico.

O Zohar explica que no primeiro verso da porção de Bo, Deus disse a Moisés que viesse onde Ele está, para chegar até onde ele pudesse lutar contra o Faraó na consciência, ensinando-nos que nunca podemos eliminar o caos no nível físico, somente no domínio metafísico. Somente vindo à Deus, Moisés poderia destruir o Faraó no domínio físico. Para destruir completamente a negatividade, devemos chegar à raiz; apenas se livrar da pessoa negativa nunca foi a resposta.

Já vimos isso de tempos em tempos ao longo da história: a Segunda Guerra Mundial deveria ter sido a guerra para acabar com todas as guerras, mas a mídia diz que em qualquer momento no tempo, há 36 guerras acontecendo em algum lugar do mundo.

Como aprendemos nas duas porções anteriores do Livro de Shemot, não estamos discutindo Faraó ou os egípcios, estamos discutindo o caos que persiste no mundo e que um dos 72 Nomes de Deus (Mem, Tzadik, Resh —  que é o código do Egito), ajudará a remover o caos em todas as formas.

A ciência está procurando a conexão entre a mente e a fisicalidade. Eles ainda não encontraram a ponte.

Nós encontramos a ponte; é a mente sobre a matéria. Portanto, o que Deus estava dizendo para Moisés fazer é chegar à raiz do caos. Não vamos tratar o caos superficialmente; precisamos da raiz metafísica, não da semente da fisicalidade. Isso vai além, como o câncer vai além. Volte 30 anos e lide com o câncer nesse nível. O que aconteceu, não há sinal físico, nenhuma expressão física de qualquer doença ou doença existente. Como você faz isso? Voltando à raiz metafísica.

É isso que a Bíblia está nos ensinando. Deus está nos dizendo ‘bo: Venha Comigo para onde Eu estou’. Eu estou em um nível não-físico de realização. Deus está acima do nível de qualquer coisa de natureza física. Então, quando Deus disse: “Venha para o Faraó”, Ele quer dizer, venha Comigo para este domínio acima da natureza física, porque é o único domínio onde podemos eliminar o caos.