No dia de Rosh Hashaná, que também é a Lua Nova de Tishrei, ou Libra, há um trabalho específico que temos que fazer para o mundo.
Há uma seção no Midrash que diz que a Luz do Criador representa julgamento elevado, e então transformado em misericórdia; energia começa com julgamento, com o que é chamado de Coluna da Esquerda, e, então, de repente, alguma coisa acontece que faz com que a Luz de Misericórdia comece a ser revelada. Então, diz que este dia começa com a Luz do Criador vindo do canal do julgamento. E julgamento não é necessariamente negativo. Significa “exato”; a quantidade de Luz, bênçãos, saúde e tudo o mais que podemos receber é exata.
No entanto, não queremos isto. Queremos a Luz que brilha na Lua Nova de Libra, o dia de Rosh Hashaná, que vem da energia de misericórdia da Coluna da Direita. Portanto, temos que saber que, se atraímos Luz neste dia e deixamos as coisas como estão, então o canal de onde estamos atraindo Luz é o canal de din, julgamento, ou medida exata.
Sim, teremos um ano com Luz e bênçãos, mas que será medido e quantificado, e nós não queremos um ano de Luz quantificado. Mas é onde começamos, e, se não fizermos nada, então a quantidade de Luz e bênçãos que recebemos será sempre quantificada e medida, sempre terá um pouco de julgamento associado. Sim, este dia começa com a Luz brilhando, mas é Luz brilhando de um lugar de julgamento quantificado e medido. Ainda assim, quando se injeta consciência e ao fazermos as conexões através da leitura da Torah e do toque do Shofar, se diz que a Luz do Criador se move do conduíte de julgamento para o conduíte de misericórdia, de modo que a Luz que desce para este mundo descerá no lugar de superabundância, a partir do lugar de Rachamim, Misericórdia.
Então, o que tem que estar claro sobre atrair a Luz neste dia é que nós não queremos que a Luz venha de um lugar medido e quantificado, não queremos que a Luz venha do lugar de din, julgamento. Neste dia, temos que mudar o conduíte de julgamento para misericórdia. Os dois brilharão em Luz e bênçãos, mas nós não desejamos bênçãos exatas e medidas/quantificadas. Não queremos bênçãos que vêm com julgamento. Neste dia, temos que mover a Luz do Criador.
O Midrash continua e diz que, se fizermos o trabalho com consciência, desejo e conexão, então o funil move para o lugar de Rachamim, Misericórdia, e a Luz, portanto, brilha descendo abundantemente, com misericórdia. E como tal, a Luz descendo para este ano transforma-se, de um lugar de julgamento para um lugar de misericórdia. Este trabalho é inacreditavelmente importante; cada um de nós, ao mesmo tempo individual e coletivamente, tem que mover a Luz do Criador neste dia.
Sim, nós faremos conexões e atrairemos Luz. Mas essa Luz, por definição, virá do lugar de julgamento, daquele lugar medido e quantificado que têm ambos o bem e o mal. Mas não é isto que queremos. Queremos mover a Luz do Criador, de forma que a Luz que desce até nós, a Luz de bênçãos, a Luz de saúde, alegria e sustento venha do lugar de Rachamim. Este é o nosso trabalho. O foco em tudo que fazemos, enquanto ouvimos a Torah, o toque do Shofar e as conexões, se os entendemos ou não, precisa ser de um lugar onde o que estamos fazendo com cada uma das palavras de conexão, palavra da Torah e toque do Shofar é mover a Luz do Criador para brilhar, não de um lugar de julgamento, mas de um lugar de uma superabundância de misericórdia.
E temos a habilidade de fazer isso, mas temos que ser claros no trabalho que temos para fazer. De fato, Rabi Shimon bar Yochai, no Zohar, nos garante que se tivermos a capacidade de manter nossa consciência ao longo da conexão, neste dia, estaremos movendo a Luz do Criador do conduíte de julgamento para o conduíte de misericórdia. Então, neste dia, durante as nossas conexões, ao invés de falar com um amigo, ou ficarmos cansados, precisamos focar em mover a Luz do Criador de julgamento para misericórdia.
A cada um de nós foi dada a força com esta consciência, para mover a Luz do Criador do conduíte de julgamento para o conduíte de misericórdia. Este é o nosso trabalho nesse dia. Primeiro, temos que saber disso, e, segundo, temos que entender que temos a habilidade de fazer isto. Mas cada um de nós temos que estar super focados neste trabalho, lembrando que temos a oportunidade, neste dia, de ter certeza de que toda a Luz que vier para nossas vidas neste ano virá de um conduíte de misericórdia, e, como tal, é uma superabundância de misericórdia não medida ou quantificada por julgamento.
Este é o nosso trabalho durante Rosh Hashaná, na Lua Nova de Libra. Eu espero que estejamos todos focados nisso; neste ano, temos que mover completamente a Luz do Criador de julgamento para misericórdia. E podemos fazer isto se mantivermos foco e consciência ao longo de nossa conexão, e nos lembrarmos de que em cada palavra que estivermos ouvindo e que, a cada toque do Shofar que escutarmos, todos, juntos, estaremos movendo a Luz do Criador do conduíte de din, julgamento, para o conduíte de Rachamim, Misericórdia.