A vida nos oferece muitos caminhos. Não existe somente um caminho para a felicidade ou um caminho para o Criador.

Existem inúmeros caminhos para acreditar e se conectar com o divino. É por esse motivo que acolho muitas modalidades de espiritualidade, assim posso começar a incluir cada peça do quebra-cabeça e cada cor da tapeçaria da vida. É assim que passamos a incorporar verdadeiramente a espiritualidade, que, em sua raiz, é o espírito de inclusão e unidade entre todas as pessoas.

A espiritualidade inclui tudo e todos. Nosso caminho para o divino é único, pessoal e individual. Cada alma está retornando ao Criador de maneira especial. Quem somos nós para julgar esse processo? Nós somos o Criador? Da mesma forma que não posso dizer para a rosa não ser vermelha ou para a violeta não ser roxa, não posso dizer a outra alma em quem ou em que ela deve acreditar. Isto é espiritualidade: amar o Criador, amando e respeitando Suas criações. Não podemos dizer que amamos o Criador, mas não suas criações. Não podemos trilhar o caminho do outro. Devemos fazer o que é correto para nós.

Cada um de nós tem uma bússola própria que nos guia em nosso caminho. É imperativo que ouçamos e honremos essa voz. A faísca do Criador está dentro de nós e ela fala conosco, nos guiando para revelar nossa própria Luz especial e nosso propósito. Nesta semana, somos assistidos na conexão com nossa própria verdade interior. A sabedoria interna é iluminada.

”Isto é espiritualidade: amar o Criador, amando e respeitando Suas criações.”

Nossa porção esta semana é Shlach Lecha. Em Shlach Lecha, tendo partido para a Terra Prometida, Moisés pede aos líderes das 12 tribos para avançarem, “espioná-la” e voltarem com um relatório. A Terra Prometida era uma terra utópica, rica em “leite e mel”. Entretanto, dez dos 12 espiões voltaram e deram falso testemunho sobre a terra. Eles relataram que ela era inabitável e repleta de inimigos. Os israelitas, infelizmente, acreditaram nisso e choraram. Acreditaram no que outras pessoas disseram, em vez de acreditarem naquilo que sabiam, em seus corações, ser a verdade. Acreditaram mais nas palavras dos dez líderes do que em Moisés, no Criador e em todos os milagres que testemunharam.

O Criador e Moisés prometeram a eles sucesso e bondade e, em certo momento, os israelitas abriram mão dessa conexão por medo e dúvida. Esses dez líderes que falaram falsamente sobre a Terra Prometida fizeram isso porque também estavam com medo. Estavam com medo de que, se todos chegassem à Terra Prometida, os israelitas poderiam alcançar a maturidade espiritual total e, como resultado, eles, na condição de líderes, não seriam mais necessários ou não teriam poder.

Esses espiões mentiram sobre a bondade que estava diante deles, impedindo que o povo recebesse sua recompensa, tudo porque eles se importaram em preservar seu próprio status e poder. Eles pensaram em si mesmos em primeiro lugar e, depois, nos outros. Pensar apenas em nós mesmos e esquecer dos outros somente traz escuridão para nossas vidas. Por causa desse falso discurso e porque os israelitas acreditaram nele, aquela geração não teria permissão para entrar na Terra Prometida. Somente a geração seguinte entraria.

“Sua própria verdade é o caminho rumo à grandeza.”

Os israelitas escolheram acreditar nas vozes de fora. Eles escolheram ir contra aquilo que sabiam ser verdadeiro para eles e acreditaram no falso discurso. Essa questão está realmente no coração de nossa jornada espiritual. Todos os dias, precisamos de coragem suficiente para nos comprometermos com a sabedoria do nosso coração, nossa Luz interior, e nosso caminho único e individual. Quantas vezes dissemos a nós mesmos: “Mesmo sabendo o que deveria fazer, por que fiz essa escolha?”.

O mundo estará sempre cheio de distrações projetadas para nos tirar de nossa verdade e de nosso destino. Muitas vezes, consentimos com os medos e julgamentos dos outros, permitindo que eles moldem o que nós sentimos e no que acreditamos. A história dos israelitas nos ensina sobre os desafios em nosso caminho espiritual. Ficamos muitas vezes também temerosos em doar, preocupados que não teremos o suficiente. Somos tentados a pegar o caminho mais fácil, pensando somente em nós mesmos para seguir em frente.

Nesta semana, ganhamos o poder de nos elevar acima desses discursos falsos. Somos presenteados com a habilidade inestimável de ouvir nossa voz interior e de seguir o chamado da nossa alma, pois embora possamos ser diferentes em nossos muitos caminhos que nos levam ao Divino, estamos unidos no desejo de nossa alma, que é sempre de compartilhar.

Nesta semana, a Lua cheia aparece no céu.

Em sua meditação, permita que esta Luz poderosa e equilibrada revele a você seu caminho singular. Você consegue ver que, quando se importa com as necessidades dos outros e se torna um ser que doa, você de fato vai ganhar no final e alcançar sua Terra Prometida. Peça ao Criador para guiá-lo para ouvir sua própria verdade e peça ajuda para permitir que brilhe sua divindade interior. Peça para ser protegido de pensamentos de medo e dúvida e, em vez disso, conecte-se somente aos pensamentos de positividade e amor.

O exterior pode nos trazer falsos discursos, afastando-nos de pensar nos outros, mas isto só tem o objetivo de impedir de nos tornarmos tudo o que somos destinados a ser. Sua própria verdade é o caminho para a grandeza. Se estivermos dispostos a ficar livres das distrações à nossa volta, seremos capazes de descobrir os tesouros mais poderosos dentro de nós. Cada um de nós tem um caminho único, especial e verdadeiro nesta vida. Se formos capazes de escutá-lo e nos dispusermos a agir sobre ele, teremos o mérito de nos conectar com nosso mais verdadeiro propósito e nossa mais verdadeira alegria aqui na Terra.