Nesta semana, nos reunimos para Rosh Hashaná, o 6º dia da Criação, o dia em que Adão “nasceu”.

Os kabalistas explicam que, no aniversário de alguém, ocorre uma renovação da alma, o indivíduo é fortalecido em seu propósito no mundo. Rav Berg costumava dizer que Rosh Hashaná é a totalidade de todos os nossos aniversários, já que, na verdade, somos todos Um. A única razão pela qual temos um aniversário diferente de nosso vizinho é porque, frequentemente, voltamos ao plano terreno; mas, no nível da semente, não há fragmentação, e Adão abrange toda a consciência humana, assim como uma semente pode manter todas as emanações futuras de uma árvore formada, com todas as suas folhas, galhos e frutos.

Com isto em mente, quando nos unirmos, em Rosh Hashaná, com pessoas de todos os tipos, essa é uma indicação que voltamos à Fonte, à raiz. Pois é somente na raiz, na união do espírito, que podemos encontrar a paz, a não-agressão, e a não-separação. Todos voltamos para aquela única semente, onde todos já existimos em algum momento, em harmonia e respeito mútuo. Isso é o que Rosh Hashaná significa para nós.

Se você já disse a si mesmo: “Se eu tivesse 48 horas em um dia, então eu poderia fazer mais”, bem, aqui está sua chance de fazer isto. Os kabalistas consideram esta janela no tempo, de 48 horas, um longo dia no qual podemos atrair para nós tanta Luz, amor e energia quanto possível, por meio de nossa união de consciência e espírito, e para nossas famílias, nossa comunidade e para o mundo que está seriamente carente.

Eu não preciso dizer a você que estes últimos meses têm sido apocalípticos.

Nossos corações e orações vão para todos os afetados. O mundo está realmente em estado de caos e dor, e a terra está dizendo: “ Acordem! Unam-se!”.  Tudo de negativo que vemos no mundo existe por causa do Desejo de Receber para Si Mesmo, que a humanidade possui. Está no poder de cada de um de nós reduzir este desejo, e trazer, com sorte, o fim da destruição e da miséria.

Em Rosh Hashaná, o aniversário do homem é o momento que podemos mudar as coisas.

Está em nossas mãos criar a energia que trará dignidade e respeito a todos os seres, em estarmos imersos nesta elevada energia nestes dois dias, e depois devolver a energia ao lugar de onde viemos, e compartilhar o mais que pudermos. Pois nós sabemos que a Luz de uma vela nunca diminui quando a chama é compartilhada. A única coisa que acontece é que o lugar que uma vez estava coberto no escuro pode, lentamente, mas com certeza, ser preenchido com Luz.