Todos nós já ouvimos que julgar outras pessoas não é uma coisa boa a se fazer.

Ainda assim, a maioria de nós julga os outros ou a si próprios em um certo nível, e de forma análoga, já recebeu um julgamento nocivo em algum momento. Mas o motivo pelo qual não deveríamos nos permitir envolver em julgamento não é apenas por ser descortês, mas sim porque tem um efeito espiritual negativo em nossas vidas.

Nós tendemos a não perceber que o que pensamos, fazemos ou falamos afeta nossa experiência de vida. A sabedoria da Kabbalah ensina que onde iremos concentrar a nossa consciência é o que iremos atrair. Quando vemos escuridão em outras pessoas, despertamos esta escuridão em nós mesmos. Se hoje você julgou 10 pessoas diferentes, seja por seus comportamentos, suas escolhas, suas crenças ou qualquer outro aspecto deles, você trouxe 10 elementos da escuridão para a sua própria vida. Quanto mais você julga os outros, mais julgamento você traz pra si mesmo.

Aqui estão 4 dicas para começar a julgar menos e começar a amar mais:

  1. Quanto mais espaço você cria para o autoaperfeiçoamento, menos espaço você tem para o julgamento. 

    Uma pessoa dedicada a trabalhar em si mesma não tem tempo ou energia para julgar outras pessoas.Reveja sua última semana: quantas vezes você pensou ou falou a partir de estado de julgamento? Estes pensamentos de julgamento estão roubando preenchimento e contentamento de sua própria vida. Por outro lado, quantos pensamentos ou palavras gentis você compartilhou?

    Foque em seu próprio crescimento espiritual, tornando-se uma pessoa mais generosa, atenciosa e compartilhadora, e você vai encontrar menos espaço para o julgamento.

  2. A maneira como você julga os outros revela suas próprias áreas em que precisa melhorar. 

    O julgamento origina-se do nosso relacionamento com nós mesmos. As pessoas que julgamos podem ser como espelhos que nos mostram o que não conseguimos ou não queremos ver sobre nós mesmos. Alguém que está realmente contente com a sua vida não tem a inclinação para julgar outras pessoas. Você não pode julgar severamente outras pessoas a não ser que esteja fazendo isso consigo mesmo, o que é muito mais doloroso.Um valentão em um parquinho incomoda outras crianças como uma forma de evitar que ele mesmo seja importunado, geralmente devido a algum tipo de insegurança. Mesmo quando adultos, ainda seguimos este comportamento de forma inconsciente. Julgar os outros é uma maneira de desviar como sentimos sobre nós mesmos.

    A boa notícia é que isso pode nos ajudar a crescer. Pense nas pessoas que você mais julga. Pergunte-se porque você as está julgando e como isso reflete algo dentro de você. Seria insegurança sobre algum aspecto na sua vida, ou talvez inveja por conta da falta que você sente em alguma área? Transforme momentos de julgamento em oportunidades para auto reflexão. Isto não só vai te ajudar a parar de julgar os outros, mas também te mostrará áreas para seu crescimento.

  3. Pergunte a si mesmo se você está realmente ajudando ou se está apenas julgando. 

    Nunca nos falta material para julgar outras pessoas. Às vezes parece justificável. Nós temos um desejo ardente de dizer algo em voz alta sem qualquer restrição com o intuito de “ajudar”. Nós podemos pensar que estamos ajudando alguém quando, na verdade, estamos apenas o criticando.É difícil separar seus próprios desejos dos de outra pessoa quando você pensa que está certo. Nestes momentos, pergunte a si mesmo: “meus comentários são úteis?” e “estou vindo de um lugar com verdadeiras intenções de cuidado?”. Seja honesto! Na maioria das vezes você vai descobrir que seu “conselho” e “experiência” são apenas maneiras de mostrar sua superioridade ou rebaixar alguém.

  4. Não se julgue tão duramente – você não consegue crescer sem falhar. 

    O julgamento severo não é algo que reservamos apenas para outras pessoas. Muitas vezes somos mais duros com nós mesmos. Nos deprimimos quando cometemos erros, criticamos a maneira que aparentamos e agimos, e nos comparamos a padrões impossíveis. Apenas anjos são destinados a ser perfeitos – como humanos estamos destinados a viver vidas desordenadas e a encontrar a Luz nos lugares mais escuros.Você nunca conseguirá aprender até que falhe primeiro. Quando uma criança aprende a andar de bicicleta, ela não está tentando parecer graciosa ou perfeita; ela está focada em aprender algo novo. Cada vez que ela cai, ela se levanta até que eventualmente domine a habilidade. O mesmo se aplica para todas as áreas da nossa vida. Estamos destinados a cometer erros. Nosso trabalho nesta vida é cair e se levantar, aprendendo com o erro.

O erro que cometemos é pensar que devemos viver uma vida perfeita. Então, quando cometemos um erro, permitimos que ele nos vença, nunca crescendo e aprendendo. Você nunca vai crescer até que abrace suas falhas. Lembre-se, seus piores momentos são apenas o início dos seus maiores melhores momentos.

Mudar comportamentos de julgamento é o trabalho de uma vida. Precisa de prática. Ao se concentrar em autorreflexão e autoaperfeiçoamento, você pode avançar todos os dias em direção a se tornar uma pessoa que julga menos. Quanto menos você julgar, mais feliz e mais realizada sua vida se tornará.

*Adaptado do Podcast Fome de Espiritualidade da Mônica e Michael Berg. Ouça e se inscreva aqui